Tirando ferrugem de envelopes e inteiros postais

O cloro da água sanitária é um branqueador químico usado dissolvido em água para tirar a ferrugem dos selos. Aprendemos a colocar os selos dentro da mistura (água sanitária e água de torneira), ficar aguardando branquear e em seguida colocar em outra bandeija com água simples.

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Crianças desaparecidas: a dor da saudade e da dúvida

…o desaparecimento de qualquer criança se torna um problema social grave e porque não um problema de saúde pública? O problema não se limita somente a uma criança desaparecida, mas se estende a uma mãe, a uma família, a sociedade, a polícia, ao serviço de saúde e tantas outras vertentes.

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Miguel de Cervantes Saavedra

Aos 22 anos, em 1569 após ferir em um duelo Antonio Sigura, um mestre construtor, foge para Itália, a serviço do Cardeal Acquaviva para evitar uma “sentença ameaçadora”. Nesta época já havia publicado quatro poesias. Na Itália torna-se um soldado. Sua participação na batalha de Lepanto, no ano 1571, onde foi ferido na mão e no peito, deixa-lhe inutilizada a mão esquerda que lhe vale o apelido de o manco de Lepanto.

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Dom Pedro visita a Sociedade Philatélica Paulista

Com a revogação do banimento da Família Imperial pelo decreto 4.120 de 3 de setembro de 1920 pelo Presidente Epitácio Pessoa, Dom Pedro retorna ao Brasil em 1922 tomando parte nas grandes comemorações do Centenário da Independência, fixando residencia em Petrópolis.

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De Ícaro a Marte

Série de artigos publicados no Boletim da SPP, Sociedade Philatélica Paulista, contando a história da aviação ilustrada com selos, desde a lenda de Ícaro até o pouso em Marte.

O Deficiente Físico na Filatelia

Artigos sobre os diversos tipos de Deficiência Física e assuntos correlatos, todos publicados nos Boletins da Filacap, de Cachoeira Paulista, SP.

Carta-Bomba: Uma Peça Filatélica?

CARTA BOMBA, UMA PEÇA FILATÉLICA?

FIG 1Talvez seja a única coleção mantida apenas por organismos de segurança nacional de várias nações, que infelizmente existe a um custo muito, muito alto, de vidas. O artigo escrito não se trata de filatelia na acepção correta da palavra, mas de cartas que tem um destinatário único, que levam uma mensagem que explode ao ser exposta, deixando uma marca em quem a abre.

A HISTÓRIA

Fig 2 Salvador BofarullSegundo o investigador Salvador Bofarull, filatelista espanhol, os ataques com cartas já tem cerca de dois séculos de história. A primeira carta bomba foi entregue ao capitão geral da Galícia, Nazário de Eguia y Saez de Buruaga em 1829, resultando na amputação de sua mão direita. Somente em 1873 que se descobriu que o fabricante da bomba foi um farmacêutico liberal chamado Chao, com pólvora e vidro moído.

Outros historiadores atribuem a fabricação da primeira carta bomba a um sueco chamado Martin Eckenberg, que se suicidou em 1910 quando estava preso.

03 LivroSegundo Bofarull, os israelenses foram experts em enviar cartas bombas com apoio do governo, para criminosos de guerra nazistas localizados nos Estados Unidos, mas suspenderam o envio após o governo norte americano exigiu que encerrassem este tipo de atentado. Em 1947 uma organização sionista enviou uma carta bomba ao presidente Harry Truman por achar que seu apoio para a criação do Estado de Israel não era suficiente.

Na década de 1970 a investigação de Bofarull indica que os palestinos enviaram muitas cartas bomba contra israelenses ocupantes de cargos importantes na Europa. Bofarull escreveu o artigo “Un correo Letal: La Carta Bomba” , publicado no “Cuadernos de Revista Filatélica nº 8”.

COMO FUNCIONA UMA CARTA BOMBA

Atualmente as cartas bomba são produzidas com explosivos plásticos adaptados ao envelope, sendo ativados por um detonador que fica em um, nos quatro cantos do envelope. O explosivo plástico pode ser moldado para ficar fino como uma lâmina e no formato do envelope.

A detonação da carta bomba pode ser feita por um detonador interno, eletronicamente até por meio do toque do telefone, por controle remoto, ou por interromper um circuito elétrico preparado dentro do envelope.

A MENSAGEM

Fig 6Explosivos de pequeno alcance, que causem lesões na face, no olho, nas mãos ou braços servem para conseguir alguma coisa mediante ameaça real. Podem ser ameaçados ou sofrerem extorsão, políticos, empresários, dirigentes de empresas, por terroristas ou pessoas atuantes no narcotráfico. Estas cartas podem durar até dez anos sem explodir, segundo especialistas no assunto.

COMO IDENTIFICAR UMA CARTA BOMBA

As cartas bombas e os pacotes explosivos são usados extensamente com a finalidade de atacar uma organização ou indivíduo. Embora não haja nenhum padrão para carta bomba, determinadas características comuns poderão ajudar a identificar uma carta suspeita, por exemplo:

• Embalada de modo estranho
• Pacote danificado, com metais visíveis
• Cheiro de perfume
• Odores fortes tais como amêndoas, produtos químicos ou petróleo
• Distribuição desigual de peso
• Furos pequenos ou cortes, nas extremidades de abertura
• Endereço mal escrito ou datilografado com erros (nem sempre)
• Embrulhado excessivamente
• Fiação visível ou em relevo
• Manchas e marcas de dedos gordurosos
• Excesso de carimbos e selos, mais do que o necessário para o peso
• Conteúdo duro e volumoso

PROCEDIMENTOS AO SUSPEITAR DE UMA CARTA BOMBA

• Nunca tente abrir um envelope suspeito
• Ponha o pacote suspeito afastado das áeras de acesso, se possível
• Evacue a área e chame o esquadrão especializado da polícia
• Não confine o pacote suspeito, nem o coloque na água.

Ao receber uma correspondência em sua casa não se preocupe: segundo o jornal “O Estado do Maranhão” de 24 de junho de 2003 os Correios estão preparados com equipamentos de RX, espectometros de massa, além de detectores de metais e cartas bomba para tornar nossa vida mais segura. Em todo caso, é melhor ler e memorizar este artigo antes de atender ao carteiro…

Bibliografia

https://echenastamps.com/bibliografia-de-salvador-bofarull/
https://es.wikipedia.org/wiki/Carta_bomba
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090416145859AAUt5Iy
https://elcomercio.pe/mundo/europa/cartas-bomba-historia-peligrosas-armas-145188
https://www.minutouno.com/notas/46997-como-funcionan-y-que-mensaje-ocultan-las-cartas-bomba
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/TBR.pdf
http://imirante.com/sao-luis/noticias/2003/06/24/correios-possuem-equipamentos-para-detectar-drogas-em-correspondencia.shtml
Risco do Terrorismo com Bombas no Brasil, Vinicius Domingues Cavalcante, Universidade Federal de Juiz de Fora, 17/12/2012 do site:
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/index.php option=com_content&task=view&id=1940&Itemid=68

Índice de figuras:

Fig. 1 – Carta bomba detonada
Fig. 2 – Salvador Bofarull
Fig. 3 – Capa do artigo “Un correo Letal: La Carta Bomba”, de Salvador Bofarull
Fig. 4 – Carta bomba desativada mostrando mecanismo
Fig. 5 – Carta bomba desativada

Dr.Roberto Antonio Aniche
Membro da SPP Soc.Philatélica Paulista
Membro da Sobrames Soc.Bras.Médicos Escritores
www.robertoaniche.com.br

Anne Frank – Um Recado Doloroso para o Futuro

Fig 1 Anne Frank
Fig. 1 – Anne Frank

ANNE FRANK foi uma menina judia, nascida em Frankfurt, Alemanha, no dia 12 de junho de 1929 (fig. 1). Filha de Otto Frank e de Edith Frank, que tinham outra filha, Margot Frank, tres anos e meio mais velha que Anne (fig. 2). A crise econômica, a ascensão de Hitler ao poder e o crescimento do antissemitismo põem fim à vida tranquila da família. Em 1933 eles saem da Alemanha, fugindo da perseguição de Hitler contra os judeus e emigrando para a Holanda.

Fig 2
Fig. 2 – A Família Frank

A família viveu uma vida normal por seis anos. Otto consegue estabelecer um negócio em Amsterdã e a família encontra uma casa em Merwedeplein. As filhas vão para a escola, Otto trabalha muito no seu negócio de componentes de geléia e Edith cuida da casa. À medida que a ameaça de guerra cresce na Europa, Otto e a sua família tentam emigrar para a Inglaterra e Estados Unidos, porém estas tentativas falham. A 1º de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial.

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Fig. 3 – A Estrela de David

Em maio de 1940 a Holanda foi invadida pelos nazistas, capitulando cinco dias depois, época que começaram as restrições contra os judeus com uma série de decretos antissemitas: deveriam usar uma estrela amarela de identificação (fig.3) e eram submetidos a diversas proibições, além de terem muitos bens confiscados. Estas restrições iam desde não poderem ter seu próprio negócio, como determinavam horários de entrar e sair de casa, não poderem tomar ônibus, etc.

O DIÁRIO

No dia 12 de junho de 1942, quando completou 13 anos de idade, Anne ganhou um diário e nesse mesmo dia começou a escrever o seu cotidiano (fig. 4). Nele, ela relata os conflitos de uma adolescente e a tensão de viver escondida sobrevivendo com a comida armazenada, a ajuda recebida de amigos, o sofrimento da guerra, os bombardeios que aterrorizavam a família, e a possibilidade de o “anexo secreto” ser descoberto e serem mortos a tiros. O diário foi escrito entre 12 de junho de 1942 e 1.º de agosto de 1944.

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Fig. 4 – O Diário de Anne Frank

Durante o seu tempo no esconderijo, escreve sobre os acontecimentos no Anexo Secreto bem como sobre si mesma. O seu diário é um grande apoio e companheiro para ela. Anne também escreve contos e coleciona as suas frases favoritas de outros escritores no seu Livro de Belas Frases.

O Ministro da Educação da Holanda, através da rádio inglesa, faz um pedido para as pessoas guardarem os diários de guerra, Anne decide editar o seu e criar um romance chamado “O Anexo Secreto”. Ela começa a reescrever o seu diário, mas antes que consiga terminar, ela e as outras pessoas do esconderijo são presas.

Fig 5 Livro
Fig. 5 – O Diário de Anne Frank

Ao final da guerra, e já em Amsterdã Otto Frank descobriu que o diário da filha havia sido salvo por Miep Gies, que os havia ajudado no esconderijo. Após muito esforço, seu pai conseguiu publicar o diário, em 1947 com o título “O Diário de Anne Frank”, (fig. 5) que desde então é um dos livros mais traduzidos do mundo.. O livro foi traduzido em mais de 30 idiomas. O local do esconderijo de Anne Frank, em Amsterdã, é hoje um museu.

Anne escreveu no seu diário que queria tornar-se escritora ou jornalista e que gostaria de ver o seu diário publicado como um romance. Amigos de Otto Frank convenceram-no da grande expressividade do diário e, em 25 de junho de 1947, “O Diário de Anne Frank” é publicado numa edição de 3.000 exemplares. Seguem-se a esta, muitas outras edições, traduções, uma peça de teatro e um filme, tornando Anne Frank conhecida no mundo todo.

O ESCONDERIJO

Fig 6 Anexo
Fig. 6 – Parte do “Esconderijo”

A 5 de julho de 1942, Margot Frank recebe uma convocação para se apresentar para o campo de trabalho forçado na Alemanha. Logo no dia seguinte, a família Frank vai para o esconderijo, nos fundos de escritório de Otto Frank, na Prinsengracht, 263, permanecendo ali até 04 de agosto de 1944 (fig. 6). A família Van Pels vai para lá uma semana depois e em novembro de 1942 chega uma oitava pessoa ao esconderijo, o dentista Fritz Pfeffer. Eles ficam a morar no Anexo Secreto durante dois anos.

As pessoas no esconderijo têm que se manter em silêncio, frequentemente sentem medo e, bem ou mal, passam o tempo uns com os outros. Eles são ajudados pelos funcionários do escritório – Johannes Kleiman, Victor Kugler, Miep Gies e Bep Voskuijl – além do marido de Miep Gies, Jan Gies, e do gerente do armazém Johannes Voskuijl, o pai de Bep. Esses ajudantes tratam não somente de trazer alimentos, roupas e livros; eles também significam o contato com o mundo exterior para as pessoas no esconderijo.

Imediatamente após a prisão, Miep Gies e Bep Voskuijl resgatam o diário de Anne e papéis que foram deixados para trás no Anexo Secreto.

PAINEL 2
Painel 1 – Moradores do Esconderijo

A DESCOBERTA DO ESCONDERIJO

O grupo foi traído misteriosamente e na manhã de 4 de agosto de 1944 o esconderijo foi invadido pela Polícia de Segurança Nazista. As oito pessoas juntamente com os ajudantes

Fig 7
Fig. 7 – Campo de Auschwitz

Johannes Kleiman e Victor Kugler foram levadas para uma prisão em Amsterdã, depois transferidas para Westerbork, um campo de triagem. Os dois ajudantes são enviados para o campo de Amersfoort. Johannes Kleiman é libertado pouco depois da detenção e, seis meses mais tarde, Victor Kugler consegue escapar.

Em 03 de setembro os outros foram deportados e chegaram em Auschwitz (Polônia) (Fig. 7). Anne e sua irmã foram levadas para Bergen-Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha). Apesar de intensas investigações, nunca ficou claro como o esconderijo foi descoberto.

CAMPO
FDC do Canadá de 11 de setembro de 2009 – O Holocausto – 1933-1945 – No verso do envelope uma imagem da libertação do Campo de Concentração de Wobbelin pelas tropas aliadas, em maio de 1945

 

A MORTE NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

Anne Frank e sua irmã Margot morreram de tifo em Bergen-Belsen, Alemanha, em 12 de março de 1945, com apenas 15 anos. Seu pai, Otto Frank, único sobrevivente dos oito judeus do esconderijo, foi libertado pelas tropas russas.

O ÚNICO SOBREVIVENTE

Fig 8 Otto Frank
Fig. 8 – Otto Frank no Esconderijo após o fim da guerra. O Esconderijo foi esvaziado pelos nazistas e Otto não permitiu na época que ele fosse reocupado.

Otto Frank é o único das oito pessoas do esconderijo que sobrevive à guerra (fig. 8). Durante a sua longa viagem de volta à Holanda, ele descobre que sua mulher, Edith, morreu. Ele ainda não sabe o que aconteceu às suas filhas e mantém a esperança de reencontrá-las vivas. O seu retorno a Amsterdã ocorre no início de junho. Ele vai diretamente encontrar-se com Miep e Jan Gies e permanece com eles por mais sete anos.

Em julho, na tentativa da encontrar as suas filhas, Otto recebe a notícia de que ambas morreram de doença e fome em Bergen-Belsen. Miep Gies entrega-lhe então o diário e os papéis de Anne. Otto o lê e descobre uma Anne completamente diferente, ficando profundamente emocionado.

Após a publicação do Diário de Anne Frank, Otto Frank responde a milhares de cartas de pessoas que leram o diário da sua filha. Otto Frank permaneceu envolvido com a Anne Frank House e com campanhas pelo respeito dos Direitos Humanos até à sua morte, em 1980.

O ALCANCE ATUAL DA MENSAGEM DE ANNE FRANK

Fig 10 Filme
Fig. 10 – O Filme

Lançado um filme biográfico da adolescente, sob o título The Diary of Anne Frank (1959). Aclamado pela crítica, foi vencedor de três Oscars. Outro filme com o mesmo título foi lançado em 2001, além de outra filmagem de “ O Diário de Anne Frank”, em 2009 (fig. 10). Todos contam uma história verídica e triste, sobre uma corajosa menina, chamada Anne Frank e as duas famílias que se esconderam durante dois anos no anexo, durante o período de segunda Guerra Mundial.

 

Fig. 11 – Museu Anne Frank                  Fig. 12 – Estátua de Cera

O museu, também chamado de Casa de Anne Frank, foi inaugurado em 3 de maio de 1960, recebendo em torno de 600.000 visitantes por ano, vindos de todas as partes do mundo (fig. 11).

Anne também foi imortalizada com uma estátua de cera no Museu Madame Tussauds, (fig. 12) em Londres, além de ter sido considerada pela revista Time um ícone do último século.

Painel 1
Painel 2 – Selos com Anne Frank e/ou família Frank

Fig 13 800px-Anne_frank_memorial_bergen_belsen
Fig. 13 – Memorial Anne Frank em Berg-Belsen

Bibliografia

O Diário de Anne Frank, editora Record, 2003
http://www.google.com.br
https://www.ebiografia.com/anne_frank/
http://www.annefrank.org/pt/Anne-Frank/O-resumo-da-historia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anne_Frank
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=184880
https://natedsanders.com/true-first-edition,-first-printing-of-”the-diary-of-anne-frank”-lot10004.aspx
http://sites.psu.edu/shamoryhtravel/2016/09/08/anne-frank-museum-amsterdam-netherlands/
http://www.ebay.com – diversas imagens de selos
http://www.mercadolivre.com.br – idem

El Cid, O Herói Espanhol – Parte 2 – Selos da Espanha

Mesmo sendo um Herói Nacional, a Espanha não emitiu muitos selos comemorativos exultando a memória e os feitos de El Cid. Em 1937 surge um selo tipo com o cavaleiro, que se repetiria com variações nos anos de 1938, 1939, 1940 e depois em 1949 e 1950, que será objeto de estudo mais detalhado neste artigo.

Surgiu também uma série com quatro selos comemorativos em 1962 e outra com três selos, sendo um com El Cid em 1977.

A Série de 1962 – Rodrigo Diaz de Vivar, El Cid

São quatro selos, mas o que mais chama a atenção é o com a imagem do cofre de El Cid na Catedral de Burgos.

5 - Fig 1 VEJA QUAL ESTA MELHOR ESPANHA6 - FIG 2 COFRE

Classificação 

EDIFIL YVERT SCOTT VALOR MOTIVO
1444 1109 1121 1P Escultura de Juan Cristóbal (Burgos)
1445 1110 1122 2P Escultura de Ana Hurtigton (Sevilha)
1446 1111 1123 3P Cofre, Catedral de Burgos
1447 1112 1124 10P Juramento em Santa Gadea, de Garcia Prieto

Histórias ou Lendas?

  • A história (real ou lenda) está narrada em um dos primeiro acervos da literatura castelhano, o “Cantar de Mio Cid”, e passou sem variações ao acervo místico popular, tomando como engenhosa uma narração que só nos veio demonstrar as artimanhas empregadas pelos cristãos com os judeus.
  • Conta-se que Rodrigo Díaz de Vivar ao ser exilado por ordem de Alfonso VI, se encontrou perante a urgente necessidade de obter fundos com os quais seria necessário pagar a companhia dos trezentos de seus melhores cavaleiros castelhanos que o acompanharia em seu exílio. Dirigiu então à casa dos judeus burgaleses, convencendo-os que lhe adiantassem aqueles valores deixando em troca um cofre que continha todas as suas jóias. Os judeus aceitaram o trato e se apressaram em adiantar-lhe à quantia pedida. Rodrigo saiu imediatamente da cidade com seus homens, e os ingênuos judeus, ao abrirem o cofre para comprovar os tesouros que haviam adquiridos, viram que no seu interior não havia mais que pedras sem valor. e que haviam perdido a oportunidade de desfazer o trato.
  • Há versões da lenda que dizem que, Cid ao tentar salvar-se do sujo engano em que estava envolvido, o paladino cristão entregou aos judeus autênticas jóias familiares do mais alto valor, porém o Senhor, querendo castigar a avareza do dois hebreus, se encarregou de convertê-las em pedras, sem que mudasse em nada a vontade ou a intenção do herói castelhano. E acrescenta-se a essa versão que, quando Cid regressou por fim a Burgos, foi resgatar as pedras entregues com o produto do despojo obtido dos mouros, e então as pedras voltaram a se transformar milagrosamente no autêntico tesouro que havia naquela data depositado nas mãos dos judeus.
  • O cofre de “El Cid” encontra-se colocado sobre um suporte na parede da Capela de Corpus Christi da Catedral de Burgos.

A Série de 1977 – Monastério de São Pedro de Cardenha

Composta por três selos esta série apresenta alguns aspectos do Monastério:

7 - Fig 3 EL CID 3 SELOS

Classificação:

EDIFIL YVERT SCOTT VALOR MOTIVO
2443 2088 2070 3p Vista geral externa do Monastério
2444 2089 2071 7p Claustro
2445 2090 2072 20p Sepultura de El Cid e Dona Jimena

Histórias ou Lendas?

  • Segundo as Cantigas de El Cid, ele, ao sair para seu segundo desterro deixou aos cuidados do abade, sua esposa Jimena e suas duas filhas Elvira e Sol (cujos nomes reais foram Maria e Cristina). Conta a lenda que ele e Jimena estão sepultados neste local.
  • O monastério foi fundado pelos beneditinos no ano de 899, tendo sido um importante centro cultural e espiritual nos primeiros momentos da construção do Reino de Castela. Foi saqueado em 953 pelo exército de Abderraman III, a torre de vigia caiu no século X ou XI e o claustro no século XII. Historiadores beneditinos tem considerado este mosteiro como o primeiro de monges negros na Espanha
  • O monastério foi abandonado em 1836 e depois ocupado por diversas ordens religiosas. Durante a Guerra Civil Espanhola foi utilizado como campo de concentração de prisioneiros republicanos.
  • El Cid morreu em Valencia e seu corpo foi exumado pela esposa Jimena para ser enterrado no Monastério, aonde foi exumado várias vezes até ficar na Capela-Panteão de El Cid. As esculturas dele e de Jimena foram feitas por Alfonso X o Sábio. Hoje os restos de El Cid e Jimena se encontram na Catedral de Burgos.
  • Os diversos saques que o Monastério sofreu também atingiram os restos mortais de El Cid. Seus ossos foram espalhados pelo templo e inclusive levados pelos soldados franceses (seculo XIX) como amuletos.

Os Selos-Tipo de El Cid de 1937, 38, 39, 40, 49 e 50

Foram emitidos quinze selos com o Cavaleiro El Cid no período de 1937 a 1950. Existem variações de picote, cor, tamanho, marca do impressor e valores, o que permite a sua identificação fácil.

1 - Fig 4EL CID BASICO 109 - Fig 5 EL CID BASICOS

Classificação dos Selos-Tipo de El-Cid

Classificacao

Observações:

1 – (*) – O Catálogo Yvert não classifica este selo.
2 – (**) – O Catálogo Scott não classifica ou classifica com marca do impressor
3 – Pró-Vítimas: Selo de Sobretaxa Obrigatória em favor de crianças vítimas da guerra. “Auxilio a Las Víctimas de La Guerra 1946”
4 – Marca do Impressor:
Tipo I – “Hija de B.Fournier-Burgos” com 15 mm
Tipo II – “Fournier-Burgos” com 10 mm
5 – Existem diferenças de cor e picote para o mesmo selo entre os dois catálogos consultados.

Curiosidades:

Encontramos em nossas buscas um souvenir com os quatro selos desta emissão (exclundo-se a sobretaxa obrigatória), autorizada pelos Correios da Espanha, porém sem valor facial, além de réplicas em metal de outros dois selos comemorativos, 1444 e 1445.

10 - Fig 6 Souvenir

13 - Fig 9 EL CID GUERRA ESPANHOLA


Há ainda inúmeros selos desta série com sobrecarga utilizados durante a Guerra Civil Espanhola e em ex-colonias espanholas, cuja classificação é encontrada em catálogos ultra-especializados deste período. (fig. 9).

Bibliografia:
http://www.ebay.com
http://www.caminhodesantiago.com.br/walter/lendas/cofre_cid.htm
http://www.caminodelcid.org/localidades/san-pedro-de-cardena-565122/
http://sabemosdetudo.com/cultura/ask90403-Voce_sabe_a_origem_do_Mosteiro_de_Sao_Pedro_de_Cardena_Burgos.html
Catálogo Yvert 2012
Catálogo Edifil 2012

Matéria publicada no Boletim da SPP nº 230 de dezembro de 2017

 

EL CID, O herói espanhol – Parte I – História e Lenda

3 - Fig 1El Cid, nascido Rodrigo Díaz de Vivar em Burgos, Espanha em 1043 e morto em Valência a 10 de julho de 1099, guerreiro castelhano da época em que a Espanha (Hispânia) estava dividida em reinos rivais de cristãos e mouros (muçulmanos). O nome El Cid provém do mourisco Sidi, senhor e de Campeador, campeão. Sua vida e feitos se tornaram lendários sobretudo devido a uma canção de gesta (a Canción de Mio Cid) datada de 1207, um referencial para os cavaleiros da idade média.

 

  • As canções de gesta (em francês ”chansons de geste), são um conjunto de poemas épicos surgidos no raiar da literatura francesa, entre os séculos XI e XII.
  • Essas canções exerceram grande influência na literatura medieval, tanto em sua região de origem como por toda a Europa, e, mesmo com o fim de Idade Média, sua influência continuou a sentir-se na literatura e até no folclore.

História

Órfão de pai aos 15 anos, foi levado para a corte do rei Fernando I de Leão onde se tornou amigo e companheiro do infante Sancho, filho de Fernando I. Sua educação se fez no monastério de San Pedro de Cardeña.

Com a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castela ficou para Sancho; a Galiza para Garcia; Leão para Alfonso; Toro para Elvira; e Zamora para Urraca. Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna, sob sua coroa, contando com a ajuda de Rodrigo, já nomeado Alferes do reino.

4 - Fig 2
Mapa da Península Ibérica em 1037

Rodrigo tinha 23 anos quando venceu em combate o alferes de Navarra, Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de “Campeador”, e já no ano seguinte começou a ser conhecido como “El Cid” entre os mouros.

As Histórias e Contradições em torno de El Cid

Após o assassinato de Sancho, o Reino de Castela passa a ser governada pelo Rei Alfonso VI, Rei de Leão. Rodrigo, o El Cid, é desterrado por Alfonso VI.

Segundo a “Canción de Mio Cid”, 300 dos melhores cavaleiros castelhanos decidiram acompanhá-lo no exílio, fazendo de Zaragoza seu quartel general e travando batalhas vitoriosas contra os mouros.

Segundo uma versão alternativa, Rodrigo refugiou-se nas montanhas de Aragão, com um pequeno exército de mercenários a serviço de quem lhes pagasse mais, fosse cristão ou 5 - Fig 3 Monacomuçulmano. Aliás, é também essa fonte alternativa que, ao mencionar seu casamento com Jimena (ou Ximena), filha do Conde de Oviedo, ocorrido pouco antes do exílio, diz, maliciosamente que a dama era mais velha do que ele, e muito feia porém tinha um patrimônio invejável (diferente do épico cinematográfico estrelado por Charlton Heston e Sophia Loren).

Rodrigo estabeleceu vínculos com o rei mouro da taifa de Valência, Al-Cádir, que se tornou seu amigo e protegido (segundo uma versão) ou seu cliente (segundo outra). Foi em benefício de Al-Cadir que El Cid conquistou os pequenos reinos de Albarracín e Alpuente.

 

  • O termo taifa, no contexto da história ibérica, refere-se a um principado muçulmano independente, um emirato ou pequeno reino existente na Península Ibérica (o Al-Andalus) após o o derrocamento do califa Hisham III (da dinastia omíada) e a abolição do Califado de Córdoba em 1031.
  • O termo deriva da expressão árabe muluk at-ta’waif, «os reis das facções» (simplificada em ta’waif, donde a facção, o reino). As taifas ibéricas foram até trinta e nove pequenos reinos.

Em 1089, o almorávida Yusuf cruzou o estreito de Gibraltar, à frente de um numeroso exército. A invasão ameaçava a segurança de todos os reinos espanhóis, e o rei Alfonso pediu ajuda a Rodrigo, fazendo-o retornar a Castela. Mas não tardou para que a hostilidade voltasse a se manifestar entre ambos, e El Cid foi desterrado pela segunda vez.

Nos dez anos que se seguiram, a fama do “Campeador” cresceu. Agora liderando um grande exército, conquistou e se tornou senhor dos reinos mouros de Lérida, Tortosa, Dénia, Albarracín, e Alpuente.

Por volta de 1093 após o assassinato de Al-Cádir atacou a taifa de Valência, conseguindo tomá-la em junho de 1094, após 19 meses de cerco da cidade.

Segundo a versão que não o enobrece, Rodrigo mandou torturar e queimar vivo o governador da cidade, Ben Yehhaf, implicado na morte de Al-Cádir. E não teria poupado sua mulher e filhos se não fosse a intervenção dos nobres cavaleiros que o seguiam.

Já a versão mais difundida sustenta que ele, ao se tornar senhor de Valência, mostrou-se um governante justo e equilibrado. Outorgou à cidade um estatuto de justiça, implantou a religião cristã mas, ao mesmo tempo, renovou a mesquita dos muçulmanos, cunhou moedas e rodeou-se de uma corte de estilo oriental, composta tanto por poetas árabes e cristãos, quanto por pessoas eminentes no mundo das leis.

Mas os almorávidas não estavam inertes e se apresentaram às portas da cidade, sob a liderança de Mahammad, sobrinho de Yusuf. Após vários combates El Cid obteve uma vitória decisiva, que contribuiu para torná-lo objeto de narrativas heroicas, várias delas absolutamente inverídicas.

Até sua morte Rodrigo governou Valência em nome de Alfonso VII, mas mantendo seu poder independente do rei, tratando de aumentá-lo ao casar uma de suas filhas, Cristina também conhecida como Elvira, com o príncipe Ramiro Sanchez de Pamplona, e a outra, María Rodriguez de Bivar, com o conde de Barcelona, Raimundo Berengário III.

Ao contrário da tradição lendária, que aprecia vê-lo morrendo heroicamente em combate, Rodrigo Díaz de Vivar, chamado de “Campeador” ou “El Cid” ou “Mio Cid”, faleceu numa cama de seu castelo em Valência a 10 de julho de 1099.

É nesse ponto da história que Rodrigo vira uma lenda. Os mouros ficaram confiantes pois haviam finalmente matado o El Cid. Sua mulher mandou amarrar seu corpo ao cavalo e sua espada a sua mão e o mandou ao campo de batalha. Ao ver El Cid em cima do seu cavalo passaram a fugir sendo perseguidos e derrotados pelo exército de Rodrigo. Por isso reza a lenda que Don Rodrigo de Castella, o El Cid, venceu uma batalha depois de morto. Seus restos mortais e os de sua esposa Jimena, estão sepultados na Catedral de Burgos

Catedral de Burgos
Túmulo de El Cid e Jimena na Catedral de Burgos

8 - Fig 6

Espanha, Máximo Postal, Monumento a El Cid, Balboa Park, San Diego, California

9 - Fig 7 FDC

Espanha, FDC, Hispanidade 1961, carimbo da Exposição Barcelona de 17 de agosto de  1962

Bibliografia:
https://www.meuscaminhos.com.br/el-cid-campeador-heroi-espanhol-burgos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/
https://tutor5.wordpress.com/2012/03/08/cancion-de-gesta-cantar-del-mio-cid/
https://heroismedievais.blogspot.com.br/2016/06/el-cid-campeador-homem-simbolo-dos.html
Catálogo Edifil 2012
Catálogo Scott 2014

Matéria publicada no Boletim da SPP nº 229 de agosto de 2017